Pelo menos 55 pessoas morreram no Rio Grande do Sul; na capital, Porto Alegre, o lago Guaíba chegou a 5,19 metros
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou na noite deste sábado (4) que o estado precisará de um “Plano Marshall” para a reconstrução. As chuvas devastadoras que atingiram todo o RS deixaram pelo menos 55 mortos. O número pode aumentar, já que outras 7 mortes estão em investigação para saber se há relação com os eventos climáticos. O número de pessoas desaparecidas é de 74.
“O Rio Grande do Sul vai precisar de uma espécie de Plano Marshall de reconstrução”, declarou Leite.
O plano lembrado por Leite foi responsável pela recuperação econômica das principais potências europeias no período após a Segunda Guerra Mundial. Batizado em homenagem a seu idealizador, George Catlett Marshall, um general do exército americano, o programa disponibilizava dinheiro dos cofres Estados Unidos a países como Itália, França e Inglaterra.
“Vão ser muitos dias e muitos problemas ainda”, disse Leite. “Mas nós estamos em todas as frentes, com todos os apoios possíveis. Com o apoio das Forças Armadas, com apoio dos ministérios. Com as prefeituras se articulando e a gente dando apoio para colocar maquinário nas ruas, para colocar condição de restabelecer água, energia o quanto antes. Mas vai ser difícil, vai ser difícil”, completou.
Como estão as buscas?
De acordo com o ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, o trabalho de resgate das vítimas na região do Vale do Taquari está “praticamente concluído” e o foco agora está nos arredores da capital gaúcha.
“A informação que nós temos é que, neste momento, os esforços estão concentrados em Canoas, Eldorado, nessas cidades do em torno de Porto Alegre. Na medida que a água vem vindo daquela parte mais de cima do Taquari, do Jacuí, nós estamos sofrendo as consequências aqui em Porto Alegre e nesse em torno de Porto Alegre”, afirmou Pimenta. “Todo esforço de salvamento nesse momento, ele está centrado aqui na região metropolitana e em torno de Porto Alegre”, completou.
Neste sábado (4), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), proibiu o sobrevoo de drones que não pertençam aos órgãos envolvidos nas operações de salvamento. A medida, de acordo com o Decea, foi adotada para garantir a segurança das aeronaves tripuladas que operam nas missões de resgate.
Guaíba com cheia recorde
O nível do lago Guaíba, em Porto Alegre, deve ficar acima dos 5 metros durante 2 ou 3 dias, conforme informou o hidrólogo da Sala de Situação do Estado, Pedro Camargo, em transmissão ao vivo com o Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), neste sábado (4).
Segundo o Camargo, o Guaíba vai continuar elevando seu nível, agora um pouco mais devagar, até estabilizar. Às 17 horas deste sábado, o nível do lago é de 5.19 metros.
Falta de água
Na Grande Porto Alegre, mais duas cidades ficaram totalmente desabastecidas de água devido às chuvas no Rio Grande do Sul: Guaíba e Eldorado do Sul.
A informação consta em um boletim da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), que atende pouco mais da metade da população gaúcha, da tarde deste sábado (4).
Nas cidades no entorno de Porto Alegre, apenas a estação de tratamento de água de Gravataí, a segunda cidade-satélite mais populosa da região, segue operando. Ainda assim, apenas 55% dos imóveis estão com fornecimento pela empresa operando.
Em Canoas, a principal cidade-satélite da região, onde um hospital alagou e geradores colapsaram, obrigando a transferência de pacientes, o desabastecimento é de 100%.
Outras cidades com fornecimento interrompido são Alvorada, Cachoeirinha, Esteio, Sapucaia do Sul e Viamão. Todas formam parte da regional Metropolitana da Corsan – a metrópole Porto Alegre tem órgão próprio.
Moradores lotam supermercados
Moradores da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que enfrentam o estado de calamidade pública em decorrência das fortes chuvas que atingem o estado desde o final da última semana lotaram supermercados e esvaziaram as prateleiras nesta sexta-feira (3).
Em um dos vídeos que circulam nas redes sociais, é possível notar que o setor dedicado à venda de água de um dos supermercados da capital gaúcha está praticamente vazio. Uma mulher grava a cena e mostra as prateleiras vazias.
Loja da Havan em Lajeado
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o começo da semana deixaram a unidade da loja da Havan, da cidade de Lajeado, coberta pela água. As imagens ganharam repercussão pela magnitude. Nesta sexta-feira (3), a própria rede de lojas publicou nas redes sociais como ficou a estrutura após as águas baixarem.
Com informações do portal CNN Brasil