Senador afirma que acordo de R$ 129 milhões com instituição financeira levanta suspeitas e pede apuração; ministro do STF Alexandre de Moraes é citado em alegações de possível conflito de interesses.
O senador Alessandro Vieira (MDB) afirmou, nesta segunda-feira (22), que pretende coletar assinaturas após o recesso parlamentar para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada à apuração de informações envolvendo um contrato entre o Banco Master e um escritório de advocacia ligado à família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo o parlamentar, o acordo — estimado em aproximadamente R$ 129 milhões — estaria, na avaliação dele, “fora dos padrões da advocacia” e incluiria alegações de possível atuação do ministro em favor da instituição financeira. Vieira classificou os relatos como “graves” e defendeu investigação.
“Após o recesso, vou buscar coletar assinaturas para investigar notícias graves envolvendo um contrato de R$ 129 milhões entre o Banco Master e o escritório da família do ministro Alexandre de Moraes, um valor completamente fora dos padrões da advocacia”, publicou o senador em suas redes. Ele também mencionou relatos de possível interferência do magistrado, o que, segundo ele, levantaria questionamentos sobre eventual conflito de interesses.
As alegações ganharam repercussão após reportagem da jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, que apontou a existência de relatos de que o ministro teria procurado o presidente do Banco Central para tratar de assuntos relacionados à instituição financeira. Até o momento, Alexandre de Moraes, o Banco Central e o Banco Master não se manifestaram publicamente sobre o caso.
Segundo informações em apuração, o contrato preveria pagamento mensal de R$ 3,6 milhões por três anos ao escritório da família do ministro. O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, está envolvido em investigações por supostas fraudes financeiras que seguem em tramitação judicial.
A iniciativa de Alessandro Vieira ainda depende de apoio mínimo de 27 senadores para ser formalizada e avançar no Senado. Caso o número seja atingido, o pedido pode ser protocolado após o retorno das atividades legislativas.
Da Redação do RS NOTÍCIA



