Ex-chefe das áreas de Pagamento de Benefícios e Consignações do INSS é detido em flagrante por suspeita de mentir à comissão; ele é investigado na Operação Sem Desconto.
De acordo com informações divulgadas no Estadão Conteúdo, a CPMI do INSS determinou, na madrugada desta terça-feira (2), a prisão em flagrante de Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador das áreas de Pagamento de Benefícios e de Consignações do Instituto Nacional do Seguro Social. A decisão foi anunciada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), quase após nove horas de depoimento .
Segundo Viana, Jucimar teria mencionado e omitido informações ao afirmar que não havia sido devidamente convocado e ao apresentar dados incorretos sobre sua atuação em Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). “O senhor está preso por calar a verdade”, declarou o senador ao encerrar a sessão.
A prisão ocorreu no contexto das investigações da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura a autorização de descontos associativos e de crédito consignado em folhas de pagamento mesmo diante de acusados de irregularidades. A Jucimar também assinou nota técnica que liberou o desbloqueio em lote de descontos a pedido da Contag, entidade apontada como participante do esquema.
Durante o depoimento, o ex-coordenador tentou se afastar das acusações, alegando que apenas seguiu a hierarquia interna do INSS e não tinha poder decisório. A CPMI contesta: documentos já comprovados indicam que ele emitia pareceres técnicos desde 2021 — e não apenas a partir de 2023, como afirmou.
Jucimar havia ignorado duas convocações anteriores da comissão e acabou sendo prorrogado coercitivamente ao Congresso após ser localizado próximo a Manaus.
Após a prisão, Carlos Viana afirmou que o colegiado deve solicitar a prorrogação dos trabalhos da CPMI do INSS até maio de 2026, ampliando o prazo de hoje previsto para março.
Da Redação do RS NOTÍCIA




