‘Ninguém precisa saber’, diz Lula sobre votos dos ministros do STF. Você concorda com essa mudança? Em sua live semanal, presidente deu a entender que voto secreto de magistrados evitaria ‘animosidade’.
Lula disse nesta terça-feira que “a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte”. De acordo com o presidente, o fim do voto aberto dos magistrados da Corte evitaria “criar animosidade”.
“Este país precisa aprender a respeitar as instituições. Não cabe ao presidente da República gostar ou não de uma decisão da Suprema Corte. A Suprema Corte decide, a gente cumpre, sabe? É assim que é”, disse o petista, em sua live semanal.
“A sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria: 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber se foi o (Marcos) Uchôa (apresentador da live) que votou, foi o Camilo (Santana, ministro da Educação) que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, seguiu o presidente.
“Então, para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito de a gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque, do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, afirmou Lula.
O presidente não entrou em detalhes sobre o funcionamento do modelo que sugeriu. Hoje, a Corte se reúne em plenário presencial para votações que são exibidas pela TV Justiça, ou votam no Plenário Virtual, sistema no qual os ministros publicam seus votos em determinado período
O voto contrário sobre a descriminalização das drogas do ministro Cristiano Zanin, do STF, escolha mais recente de Lula para o Supremo, foi alvo de críticas de parte da base eleitoral do petista. Em outubro, o presidente poderá escolher outro magistrado para a cadeira de Rosa Weber, que completará 75 anos, idade da aposentadoria compulsória na Corte.
Fonte: Por Ramiro Brites, da Coluna Radar / Portal Veja