Thayná de Oliveira admitiu que sabia das agressões e afirmou que Monique Medeiros pediu que ela mentisse para a polícia há duas semanas.
A justiça do Rio de Janeiro negou um pedido de liberdade do vereador Dr. Jairinho e da namorada, Monique Medeiros, presos desde a semana passada, suspeitos do assassinato do menino Henry Borel, de apenas 4 anos. Após a decisão, Monique escolheu uma nova equipe de defesa, que já pediu acesso ao inquérito e prometeu atuar com a verdade. Ela era representada pelo advogado André França, que também defendia o casal e agora seguirá apenas com o parlamentar.
Mensagens recuperadas no celular de Monique mostram que a babá de Henry, Thayná de Oliveira, sabia das agressões de Jairinho e mentiu no primeiro depoimento à polícia. Nesta segunda-feira, Thayná prestou um novo depoimento e mudou a versão, confirmando a conversa com Monique Medeiros. Ela admitiu que sabia das agressões e afirmou que a mãe da criança pediu que ela mentisse para a polícia há duas semanas. Thayná disse, ainda, que a empregada da casa, Leila Rosângela, a Rose, também mentiu.
Em uma troca de mensagens investigada pela polícia, Monique, mãe de Henry, conta para a prima Renata, que é pediatra, que o filho sentia medo excessivo e que, quando encontrava Jairinho, tremia e chegava a vomitar. A médica aconselhou sessões de terapia duas vezes por semana e disse que não há necessidade de um psiquiatra. E, por fim, conclui que essa mudança de comportamento costuma ser normal. O laudo da reprodução da morte de Henry aponta que o menino já estava morto havia pelo menos uma hora quando foi retirado pela mãe e o padrasto do apartamento onde morava.
A conclusão dos peritos veio a partir das imagens do elevador — observando indícios como cor da pele, cor dos lábios e rigidez do corpo. De acordo com Matheus Falivene, doutor em direito penal pela USP, a nova descoberta pode agravar, ainda mais, a situação do casal. “Dependendo das circunstancias, o juiz pode aumentar a pena com base nisso por conta da culpabilidade elevada. Eles tiveram um ‘agir’ socialmente mais reprovável que o normal por não terem prestado socorro a criança a tempo, deixado ela morrer.” Um novo vídeo divulgado ontem mostra Henry mancando, o que pode ser um indício da rotina de agressões. O menino chegou morto a um hospital da Zona Oeste do Rio de Janeiro na madrugada de 8 de março, com hemorragia e edemas pelo corpo.
Com informações da repórter Caterina Achutti, do portal Jovem Pan.