Presidente Lula comparou ataques de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus. Apoiado pelo petista, Guilherme Boulos disse não ser comentarista de suas declarações.
Os principais pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo se manifestaram à respeito da declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler (1889-1945) durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). A fala do petista seu deu no domingo (18.fev.2024), durante conversa com jornalistas em Adis Abeba (Etiópia).
Segundo a Conib (Confederação Israelita do Brasil) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo, só na capital paulista vivem cerca de 60.000 judeus dos 120.000 que residem hoje no Brasil.
Leia no infográfico abaixo o que disseram o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e os pré-candidatos Guilherme Boulos (Psol), Tabata Amaral (PSB) e Kim Kataguiri (União Brasil):
E leia abaixo com mais detalhes o que disse cada um.
RICARDO NUNES
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se manifestou em seu perfil no X (antigo Twitter). Nas eleições municipais de 2024, ele tem o apoio do PL (Partido Liberal) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eis o que escreveu Nunes:
- disse ser “intolerável” a comparação feita por Lula;
- afirmou que Israel tem direito de se proteger e se defender;
- para ele, pronunciamentos como o do petista “alimentam” o antissemitismo;
- desejou solidariedade à comunidade judaica.
GUILHERME BOULOS
Principal adversário de Nunes na disputa pela capital paulistana, o deputado Guilherme Boulos (Psol) se manifestou em entrevista à Rádio BandNews nesta 2ª feira (19.fev.2024). Ele tem apoio de Lula em 2024. A vice em sua chapa é a petista Marta Suplicy (PT). Eis o que disse Boulos:
- ao ser perguntado se achou que houve um “exagero” na fala de Lula, Boulos respondeu que não é “comentarista das falas do presidente da República” e que não é candidato a prefeito de Tel Aviv –assista aqui à declaração.
Embora Boulos tenha evitado falar a respeito da comparação feita por Lula, seu partido, Psol, é muito crítico a Israel. Uma ala da federação Rede-Psol pede o fim das relações entre Brasil e Israel depois da resposta do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Lula.
Colegas de bancada de Boulos também se pronunciaram:
Sâmia Bomfim – chamou a fala de Lula de “corajosa e necessária”; Ivan Valente – falou que a declaração do presidente foi “correta”; Jandira Feghali – disse que a comparação feita por Lula é forte, mas “necessária”.
A guerra em Israel custou, inclusive, a participação do ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn na equipe de Boulos. Ele deixou a coordenação da área de saúde do programa em outubro de 2023, depois de o pré-candidato condenar os ataques contra Israel, mas sem citar o Hamas.
TABATA AMARAL
A deputada Tabata Amaral (PSB) usou seu perfil no X para criticar a declaração de Lula. Disse lamentar “profundamente” o comentário de Lula, classificado por ela como “errado e irresponsável”. Tabata tem o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em 2024. Eis o que escreveu a congressista:
- declarou que comparar a guerra atual ao Holocausto é “errado” e “irresponsável”;
- afirmou ser necessário um cessar-fogo “urgente” na Palestina e a liberação dos reféns;
- falou que declarações como a do petista só “alimentam” essa “tragédia”.
KIM KATAGUIRI
O deputado Kim Kataguiri (União Brasil) afirmou ter assinado o pedido de impeachment contra Lula após a declaração contra o governo israelense. Eis o que escreveu o congressista:
- afirmou que a declaração de Lula contra Israel é uma “afronta” as vítimas do Holocausto;
- para ele, o presidente colocou o Brasil em uma “rota de colisão” com uma das nações mais “amigas” do país;
- chamou o petista de “inepto” e disse que retirá-lo da presidência é questão de “sobrevivência” da diplomacia nacional.
Com informações do portal Poder 360