Presidente do Senado teria ligado para opositores pedindo rejeição ao nome escolhido por Lula; Pacheco era o favorito do parlamentar.
O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), estaria “irritadíssimo” com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de indicar o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada por Rany Veloso, do portal Jovem Pan, e confirmada por fontes do Parlamento.
Segundo relatos, Alcolumbre chegou a ligar para parlamentares da oposição pedindo que trabalhem contra a aprovação de Messias no Senado. Ele também teria afirmado que votará contra o indicado. Apesar do descontentamento, o senador não se manifestou publicamente sobre a escolha.
No mesmo dia do anúncio, durante o feriado de quinta-feira (20), Alcolumbre pautou a votação do projeto que cria a aposentadoria especial para agentes de Saúde e de Endemias, proposta que pode gerar aumento de gastos ao governo — um movimento interpretado por interlocutores como sinal de tensão com o Planalto.
O nome preferido de Alcolumbre era o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador mineiro havia se encontrado com Lula na segunda-feira (18), quando foi informado da decisão. Pacheco, inclusive, teria mencionado a possibilidade de deixar a vida política. Antes disso, Alcolumbre já havia mostrado a Lula um “mapa de votação” para tentar convencê-lo a desistir de Messias, alegando dificuldade de aprovação.
Apesar dos alertas, Lula manteve a indicação. Nos bastidores, senadores já comentavam há semanas que o nome de Messias poderia “não passar” no plenário.
Agora, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), organiza a chamada etapa do “beija-mão”, em que o indicado visita gabinetes para buscar apoio. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), assim como Messias de perfil evangélico, também participa da articulação.
Aliados defendem que o advogado-geral da União reúne os requisitos constitucionais — reputação ilibada e notório saber jurídico — e destacam sua postura conciliadora, discrição e perfil cristão.
A indicação de Jorge Messias é a terceira de Lula ao STF em seu terceiro mandato. Em 2023, o ex-ministro Flávio Dino foi aprovado com apenas 47 votos, seis acima do mínimo de 41. Na semana passada, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, obteve 45 votos para ser reconduzido ao cargo.
O ministro do STF André Mendonça, também evangélico, declarou apoio a Messias e afirmou que ajudará no diálogo com os senadores.
Da Redação do RS NOTÍCIA



