Um documento interno da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) estima um aumento ainda maior na conta de energia elétrica em 2022.
Segundo um documento interno da agência, as tarifas deverão ficar 21,04% mais caras, em média. Isso será necessário para lidar com um deficit de R$ 13 bilhões nos custos de operação do sistema, causado pela seca que vem atingindo os reservatórios de hidrelétricas. As informações foram reveladas, ontem, pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O aumento pode chegar ao triplo da alta acumulada em 2021, que é de cerca de 7,4%, conforme dados da Aneel. Desde 1º de setembro, os consumidores passaram a pagar uma nova taxa extra na conta de luz, batizada de “escassez hídrica”. A bandeira elevou em 6,78% a tarifa média dos consumidores regulados, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A alta das tarifas de energia tem sido uma das principais causas da disparada da inflação, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cenário hipotético
Ontem à noite, após a repercussão do aumento da energia elétrica esperado para o próximo ano, a agência divulgou uma nota explicando que as informações correspondem a estimativas preliminares baseadas em “cenários hipotéticos”. “A Aneel esclarece que as informações veiculadas em reportagens publicadas nesta sexta-feira sobre aumento na conta de luz em 2022 correspondem a estimativas preliminares baseadas em cenários hipotéticos que ainda não consideram as medidas de atenuação tarifárias que serão implementadas em 2022”, afirma a nota.
A agência diz que o Brasil, no último período úmido, registrou o pior regime de chuvas dos últimos 91 anos e que, em razão desse cenário adverso, “para compensar o baixo nível dos reservatórios com a falta de chuva, têm sido utilizados todos os recursos de oferta de energia disponíveis e foram tomadas medidas excepcionais para assegurar o suprimento de energia no país”.
A principal dessas medidas tem sido o acionamento de usinas termelétricas para garantir o suprimento, uma vez que as hidrelétricas foram obrigadas, devido à seca, a reduzir a geração de energia. No entanto, as termelétricas têm custo de operação bem mais elevado. Por isso, nos últimos meses, os consumidores tem sido chamados a pagar taxas extras na conta de luz. No entanto, nem mesmo as bandeiras tarifárias estariam conseguindo cobrir o rombo, de acordo com os dados da Aneel.
Com informações do Correio Braziliense.