sexta-feira, março 29, 2024
InícioSaúdeEspecialista alerta que 2ª dose da vacina contra a Covid-19 antes do...

Especialista alerta que 2ª dose da vacina contra a Covid-19 antes do prazo não tem efeito

Médica lembra que reforço do imunizante é essencial, e que pacientes só alcançarão defesa prevista nos estudos duas semanas após tomarem a segunda dose.

Protagonistas na imunização dos brasileiros contra a Covid-19, as vacinas de Oxford e do Instituto Butantan são aplicadas em duas doses dentro do atual Plano Nacional de Imunização. De acordo com a bula, o imunizante de tecnologia inglesa precisa do reforço dentro de um prazo de oito a doze semanas, e o de tecnologia chinesa deve ter a última dose aplicada em um prazo de 14 a 28 dias. O intervalo correto da imunização é essencial para que as vacinas sejam consideradas efetivas, e quem tomou apenas a primeira dose não está imunizado. “A primeira dose vai estimulando o sistema imunológico, mas a gente não tem como quantificar o quanto essa pessoa adquire de proteção parcial, isso não é uma coisa conhecida. Você considera que ela tem o benefício da proteção só depois da segunda dose”, explica a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Dra. Mônica Levi. Ela lembra que o conceito de “meia proteção” não existe, e que a imunização prevista nos estudos é considerada apenas duas semanas após a aplicação da última dose do imunizante, seja de qual laboratório for.

Quando a segunda dose não deve ser aplicada?

Há dois casos específicos no qual a segunda dose da vacina não deve ser aplicada dentro do intervalo regular: se o paciente tiver alguma reação alérgica extrema ao imunizante — o que é raro — ou se ele contrair a doença antes de receber o reforço da vacina. Segundo a especialista, no caso das alergias extremas, o paciente não deve receber a segunda dose em nenhum momento e deverá redobrar os cuidados quanto à Covid-19, já que não terá a proteção adequada contra a doença. Ela lembra que não há registros de reações do tipo no país até agora. As pessoas que forem contaminadas pelo novo coronavírus entre a primeira e a segunda aplicação devem esperar 30 dias após a manifestação da doença para poder fazer o reforço da dose.


Atrasar ou tomar antes da hora

Aqueles que estão aptos a tomar a segunda dose e, por qualquer motivo, tenham atrasado o prazo da vacina, devem providenciar o reforço da imunização imediatamente. “O que acontece é que a pessoa fica mais tempo sem desenvolver a proteção máxima que ela pode ter contra a doença. Quanto antes ela completar o esquema, melhor”, lembra Levi. Alguns municípios brasileiros têm sistemas que só permitem agendamento por parte dos vacinados dentro do período específico em que o reforço deve ser tomado. Caso alguém por engano receba a segunda dose antes da hora, vai ter ido à fila da vacinação em vão. “Se você fizer a segunda dose antes do prazo mínimo, em uma semana, dez dias, tem que desconsiderar essa vacina e fazer outra dose na data correta”, explica a médica.


País vacina sem reserva de segunda dose

Para acelerar a vacinação no Brasil, um informe técnico emitido pelo Ministério da Saúde em 21 de março permitiu que todas as doses da CoronaVac em estoque fossem utilizadas para vacinar o maior número de pessoas possíveis sem reserva para a segunda dose. O pedido para essa ação tinha sido feito ainda no mês de janeiro pelo governo de São Paulo, mas foi negado pela pasta da Saúde na época. Segundo o Ministério, a situação mudou porque agora o país tem velocidade de produção suficiente para garantir a segunda dose dentro do prazo aceitável. Como as vacinas de Oxford têm um intervalo maior entre as duas doses, elas já estavam sendo aplicadas sem reserva no país. Até o momento, não há registro de falta do reforço da vacina em nenhum lugar do Brasil.

 
Vacina de dose única facilita logística, mas não é considerada “melhor”

Até o momento, apenas a vacina desenvolvida pela Janssen, braço farmacêutico da empresa norte-americana Johnson & Johnson, tem aplicação em dose única recomendada no mundo. Isso ocorre porque o estudo que a desenvolveu avaliou desde o começo como seria a resposta dos vacinados a apenas uma dose, o que não foi feito com outros imunizantes. “A gente tem evidência científica do quanto ela é eficaz só com uma dose, por isso que a gente faz dose única dessa vacina. Pode ser que apareça uma vacina que precise de três doses e que também seja uma vacina excelente. O que determina o número de doses são os estudos e a correlação com a proteção que ela avalia”, explica a médica. Ela frisa que, apesar de vantagens em termo de logística, tempo e custo, isso não quer dizer que o imunizante da Janssen imunize melhor a população em comparação às outras vacinas aplicadas no mundo. A vacina teve uso emergencial aprovado no país pela Anvisa na última quarta-feira, 31.

Três imunizantes têm uso emergencial aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o da universidade de Oxford/AstraZeneca, produzido no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz, e o da Sinovac, produzido pelo Instituto Butantan, e o da Janssen, desenvolvido apenas no exterior. A vacina da Pfizer/BioNTech teve uso definitivo chancelado pela agência, mas não é aplicada em massa no país até o momento. A previsão do governo federal é de que nos próximos dois meses o número diário de vacinados seja de um milhão de pessoas.

 
Com informações do portal Jovem Pan.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimas Notícias