Em prol do município de Itabaiana, Fábio Mitidieri e Valmir de Francisquinho se encontram para solucionar problemas da população. É exatamente essa postura que os sergipanos esperam da classe política.
Normalíssimas. Republicaníssimas as atitudes do governador do Estado de Sergipe, Fábio Mitidieri, PSD, e do prefeito do município de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, PL, de se encontrarem institucionalmente nesta quarta-feira, 15 de janeiro, para discutir problemas administrativos imediatos e comuns aos dois.
Normalíssimas e republicaníssimas as atitudes de ambos frente ao fato de que são oponentes um ao outro na política, de que disputaram o Governo de Sergipe em 2022 e mediante as queixas profundas que Valmir guarda de Fábio, de por achar que a tragédia jurídica à qual ele fora submetida e em decorrência rifado da sucessão tem a Fábio como um dos patronos.
Mas é este é um outro assunto e tema para a hora exata da política. Ambos os dois disseram nesta quarta que estavam ali, lado a lado, em nome das gestões que ambos representam. Tudo que disser respeito aos sergipanos, diz respeito a Fábio Mitidieri, e ele precisa responder por isso. Tudo que disser respeito aos itabaianenses, diz respeito a Valmir de Francisquinho, e ele precisa responder por isso.
E foi em nome desta “precisão” que ambos se avistaram neste dia 15. Se avistaram não é bem o termo: foi em nome desta “precisão” que Valmir acolheu Fábio em sua casa. Mas é preciso deixar patente outro fato: Fábio foi o provocador desta recepção. Enquanto governador, ele ligou diretamente para o prefeito e pediu o encontro. Pediu para ser recebido.
A pauta eram os problemas gerados pela chuva numa série de municípios sergipanos. Mas até nisso o republicanismo entrou fortemente em cena: Itabaiana não teve lá grandes problemas com as chuvas. Umas cinco casas sofreram breves avarias. Mas mesmo assim o governador compulsou o prefeito. Fábio queria saber dos problemas decorrentes da chuva dali, como quis saber nesta quarta dos mesmos problemas de Frei Paulo, de Lagarto e de Salgado. E Valmir imediatamente consentiu em recebê-lo.
Mas mais do que isso: o prefeito atraiu o governador ao seu Gabinete institucional de trabalho na Prefeitura. Fez isso seguramente para afastar a presença indesejada de velhos e decadentes oponentes municipais que não seriam bem-vindos naquele espaço, mesmo que tenham aparecido depois na visita pública que os dois fizeram ao povoado Pé do Veado.
Portanto, volte-se à introdução deste texto: são por demais normalíssimas e republicaníssimas as atitudes destes dois gestores. Os dois disseram em alta voz que é possível fazer política com fairplay. Que é possível fazer política com respeito ao outro, ainda que o outro seja um oponente, e sobretudo com respeito à função pública da qual cada um se sinta investido.
“Agradeço a receptividade do prefeito Valmir e de toda a sua equipe. O governo tem se colocado à disposição dos municípios que foram mais atingidos nesse momento de dificuldade pelas chuvas. É hora de unir forças e ajudar a população. O momento é de dar as mãos, e estamos fazendo isso aqui de maneira humana e democrática”, disse Fábio Mitidieri com serenidade.
Valmir de Francisquinho, identicamente, não foi avaro e seguiu na mesma vibe. “O governador ligou ontem e eu atendi de imediato. Quero agradecer a intervenção dele, em colocar o Estado à disposição do município de Itabaiana. Temos esse respeito mútuo de ambas as partes, e as pessoas querem que nós possamos atender às necessidades, principalmente em um momento tão difícil. Eu vejo que a política partidária deva ser feita no momento da política. Depois, desarma-se o palanque e desarma-se o espírito. As pessoas querem de nós que possamos dar as mãos e atender às necessidades da população”, retribuiu o prefeito.
A visita deixou sementes para além daquele momento: Valmir e Fábio acertaram que a gestão de Itabaiana será recebida numa agenda específica no Palácio do Governo e ali serão apresentadas as demandas maiores e mais elaboradas do Governo Municipal itabaianense. Que seja assim, e que os diferentes possam soar como iguais.
Fonte: JL Política