quarta-feira, dezembro 4, 2024
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Na visão de Diniz, o Fluminense está pronto pra disputar o Mundial de Clubes

Fernando Diniz elogia Al Ahly, rival da semifinal, diz que desgaste pelo fim da temporada não preocupa e repete que Fluminense sonhou durante todo ano com esse momento.

O Fluminense estreia nesta segunda-feira no Mundial de Clubes, contra o Al Ahly, do Egito, às 15h (Brasília). Neste domingo, o técnico Fernando Diniz deu entrevista e disse que o Flu se preparou durante todo o ano para disputar o Mundial. Tratou como um sonho o momento, e afirmou que o Tricolor está pronto para realizá-lo.

Disputar o Mundial de Clubes para nós foi todos os dias, desde que eu cheguei ao Fluminense. Era um sonho que a gente nutria.

– Não foi algo que aconteceu na casualidade, foi muito trabalho. Não é porque você trabalha muito que você vai ganhar, mas trabalhar muito e sonhar todos os dias que é possível te aproxima das conquistas e foi o que nos trouxe até aqui. Continuamos trabalhando muito, sem parar e sonhando também. Vamos procurar fazer o nosso melhor na semifinal, vamos colher um resultado e diante disso vamos nos preparar para o segundo jogo – prosseguiu Diniz.

Se passar do Al Ahly, o Fluminense disputará a final do Mundial na sexta-feira, às 15h (Brasília). Desde 2012 um clube sul-americano não vence o torneio. Manchester City e Urawa Reds, do Japão, fazem a outra semifinal, na terça-feira.

– Fizemos uma preparação bastante adequada. Parecia que nunca ia chegar esse dia, mas chegou.

– Depois da libertadores foi um momento de celebração, mas depois focamos. O time chegou aqui preparado para fazer uma boa competição. É um sonho muito grande. O desgaste natural que temos da temporada é suprimido pela vontade de estar aqui. A gente vem de um feito histórico que foi a Libertadores – disse o treinador.

A entrevista coletiva contou com jornalistas de diversos países. Em determinado momento, Diniz foi perguntado sobre a quantidade de veteranos no elenco tricolor. Na final da Libertadores o Flu teve em campo sete atletas com 33 anos ou mais. Diniz respondeu citando o currículo vitoriosos dos jogadores e como eles fizeram os mais jovens evoluir.

– Falando da pergunta do colega, sobre o Fluminense ser um time mais velho e que pode ter dificuldade para correr. As pessoas podem enxergar isso dessa forma. Eu vejo um time de jogadores extremamente talentosos, que nos ensinam todos os dias os caminhos para sermos campeões, até porque todos são multicampeões: Keno, Marcelo, Felipe Melo, Ganso, Fábio, David Braz, Cano, entre outros. São pessoas extremamente sérias e comprometidas com o trabalho.

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– Foi um ano em que não dá para afirmar que a idade foi um problema e que eles não correram. Pelo contrário. Nós nos aproveitamos muito da imensa categoria e do profissionalismo desses jogadores, da generosidade que têm com todos no Fluminense, dos ensinamentos que passam para os mais jovens, crescimento que conseguiram promover em mim como treinador, quanto para o André e Nino que são jovens. Esses jogadores fazem um bem enorme para o Fluminense e conseguem jogar muito bem.

O Fluminense realiza ainda neste domingo um reconhecimento do gramado do King Abdullah, a Joia da Coroa, em Jedá. O estádio será palco da semifinal contra o Al Ahly.

Veja outras respostas de Fernando Diniz:

Pressão da semifinal
– O respeito é máximo. Se me perguntasse antes de o primeiro perder, acho que foi o Inter, não considerei um vexame porque o futebol vem mudando. O São Paulo poderia ter perdido para o Al Ahly, Inter e Corinthians também. Para quem se concentra só no resultado, parece que é um vexame. Para quem vê o que está acontecendo, para mim é um vexame o cara achar que é um vexame. Porque as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente. Já faz muito tempo que o futebol melhorou em muitas praças.

– Você vê como está a Eliminatória no futebol sul-americano, e no mundo inteiro. Esse time é extremamente competitivo e nós não estamos pensando na final. Estávamos pensando no Al Ahly e no Al-Ittihad. Estamos há um mês pensando e também mapeamos o Auckland City e estamos extremamente focados na semifinal. Depois, passando ou não, vamos pensar no próximo adversário. Temos total respeito porque é um time que vai exigir nosso melhor.

Fim da temporada no Brasil
– Não sei até que ponto isso pode pesar. Se ganhar vai falar que não pesou e se perder vai falar que pesou, são aquelas respostas fáceis de acabar fazendo depois do resultado. O que posso falar do Fluminense é que chegamos em boas condições. É um sonho muito grande. O cansaço eventual que temos pelo desgaste da temporada inteira é suprimido pela imensa vontade que temos de estar aqui. Estamos de corpo e alma pelo Fluminense.

– Viemos de um feito histórico, que é a conquista da Libertadores. Completando a reposta anterior, a simbiose que o time tem com a torcida talvez seja o ponto crucial do Fluminense nesta temporada. Porque em muitos momentos a torcida levou o time para frente e acreditou no time. A gente espera essa colaboração mesmo que fisicamente não tenha o mesmo número de torcedores no Maracanã, mas a gente sente a força da torcida que nos acompanhou tão bem neste ano.

Há semelhança entre Flu e City?
– Tem algumas coisas que aproximam o jeito de jogar. O principal é a vontade de jogar com a bola e, se possível, promover um jogo bonito. Mas não tem nada de ser uma cópia, muito pelo contrário. O caminho de fazer esse processo é de cada um. O Guardiola e o Manchester City tem uma maneira muito clara de jogar. Sabemos que, na média, nos últimos cinco anos, é o melhor time, na minha opinião. Se não for o melhor está entre os três melhores. Mas a maneira de fazer com que o jogo aconteça tem diferenças importantes.

O que achou do gramado?
– Acho que o campo favorece muito, é ótimo. Dei uma olhada agora e o estádio está em condições excelentes. É um estádio muito bonito e a organização muito boa. Para superar a diferença com a bola é que estamos colocando os jogadores o máximo possível em contato com ela. A maior dificuldade que tivemos é a adaptação em pouco tempo ao fuso. Mas os jogadores estão procurando se adaptar o mais rápido possível e acredito que vá estar tudo bem para a partida.

Poder econômico europeu
– Os times sul-americanos não ganharem desde 2012 passa pelo poder financeiro. Eles levam os melhores para o continente. Isso acontecendo por muito tempo acaba gerando um desnível. O que explica é o desnível financeiro. Não acredito que seja porque evoluiu demais. Em seleções seriam outros aspectos, mas as seleções também acabam se beneficiando. Mas quando você faz isso por 20 ou 30 anos, os países acabam evoluindo por estarem jogando com os melhores e contra os melhores.

– Desde que comecei minha carreira, e levo isso para minha vida, é de não submeter o que está acima de nós e isso te estimular a sonhar. É um estímulo pegar isso e tentar fazer o melhor. Sabemos da diferença que tem, da qualidade dos adversários, inclusive do Al Ahly, que é um time muito bom. Temos que buscar sempre ampliar os nossos limites. As coisas mais subjetivas que não conseguimos ponderar e que o dinheiro também não consegue mensurar, que é a fé, trabalho, generosidade, humildade e solidariedade… Esses aspectos e valores temos de ter em alta conta para termos sucesso. E tenho uma aposta grande nesse sentido porque minha vida no futebol é meio para desenvolver esses valores. Vamos procurar entregar isso ao máximo e o que tiver de melhor para nossa torcida.

Conversa com Keno sobre o Al Ahly
– A gente tem conversado com o Keno, mas ele jogou lá já faz quatro anos. Mudou treinador e time. O que temos mais de conhecimento do Al Ahly é por ter assistido muito jogo. Com esse aqui foi o oitavo jogo que mapeamos do Al Ahly. É um time extremamente bem treinado, com excelentes jogadores. Eles chegaram na semifinal com muito mérito, tem muita tradição, são 11 títulos da Copa da África, tem uma torcida muito apaixonada e sabemos que vamos ter que entregar o nosso melhor para fazer uma boa partida.

Com informações de Gustavo Garcia em Jedá, Arábia Saudita

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