A resposta é simples: não. E os fatos mostram isso com muita clareza. Quer saber com detalhes? Leia a matéria completa que te conto tudo! E ainda abordo os embates recentes da política nacional.
A história que a vereadora Mônica insiste em reescrever — sem contar os fatos como realmente aconteceram (Parte II)
A vereadora Mônica Sobral afirmou recentemente, na Tribuna da Câmara de Laranjeiras, que o então candidato Juca só chegou à Prefeitura em 2012 graças ao apoio do grupo Boa Sorte. Em outras palavras: segundo ela, sem esse apoio, Juca jamais teria sido eleito.
Mas essa narrativa simplesmente não bate com a realidade dos fatos.
Voltemos a 2008 para refrescar a memória
Na pré-campanha de 2008, três nomes se movimentavam para disputar a eleição:
- Ione Sobral, então prefeita, buscava a reeleição;
- Laércio Passos (prefeito de Rosário do Catete na época), que cogitava renunciar ao cargo para disputar Laranjeiras — e aparecia muito bem nas pesquisas;
- E, caso Laércio desistisse, o MDB ainda tinha Marcos Franco e Juca de Bala como alternativas, além da possibilidade de apoiar o vereador José Carlos JJ.
Laércio era o favorito e reunia apoio tanto do MDB quanto do grupo da Varzinhas, comandado por Paulão, Paulinho e Carlos (Empadinha).
Porém, ao desistir da disputa por questões de força maior, ele abriu espaço para uma reorganização completa do cenário político em Laranjeiras.
Como surgiu a aliança de 2008
Com a oposição prestes a se desarticular e temendo que ela se reorganizasse com força, Zezinho Sobral se aproximou do MDB e costurou a aliança que levou à chapa Ione + Juca.
O MDB, então, decidiu apoiar a reeleição de Ione e indicou Juca como vice.
E é preciso reconhecer: o apoio do MDB foi decisivo para a vitória esmagadora da Boa Sorte contra José Carlos JJ em 2008 — lembrando que no pleito de 2004, Paulão da Varzinhas venceu Ione Sobral contando também com o apoio do MDB.
Onde a narrativa da vereadora Mônica desmonta
Depois da vitória, a convivência entre Boa Sorte e MDB, entre 2009 e 2010, foi marcada por desgaste.
O MDB praticamente não teve espaço na gestão. E a administração comandada por Ione Sobral — que tinha a própria Mônica Sobral como secretária-geral — enfrentou péssima avaliação popular.
Mesmo com a Boa Sorte na Prefeitura, quem ganhou força foi o MDB, que tomou o comando da Câmara e se estruturou para disputar o Executivo em 2012. Juca seria candidato com ou sem o apoio da Boa Sorte.
A fragilidade da Boa Sorte era tão evidente que o grupo aceitou apoiar Juca sem sequer indicar o vice — algo impensável em períodos de força política.
Outro fato incômodo para a narrativa da vereadora
A rejeição à gestão de Ione era tão grande que o próprio Zezinho Sobral recomendou que ela não aparecesse na linha de frente da campanha de Juca e Zé Bodega.
A oposição, aliás, usou o apoio da Boa Sorte como munição para atacar Juca, afirmando que votá-lo seria garantir a continuidade de um governo mal avaliado.
E a resposta de Juca era justamente o contrário: “Com Juca é diferente.”
Conclusão
Diante de tudo isso, insistir que Juca chegou à Prefeitura única e exclusivamente por causa do apoio da Boa Sorte é uma tentativa clara de reescrever a história ignorando fatos, contextos e a realidade política da época.
A verdade é simples: O MDB tinha força, tinha estrutura, tinha candidato — e Juca seria lançado de qualquer forma.
O apoio da Boa Sorte, longe de ser decisivo, chegou tarde e fragilizado.
As narrativas da vereadora Mônica podem até render discurso na Tribuna da Câmara, mas não resistem a uma análise séria dos acontecimentos.
Resumindo e respondendo a vereadora Mônica:
O MDB já era um grupo forte, organizado e comandava a Câmara. Juca seria candidato com ou sem o apoio da Boa Sorte. A gestão de Ione — da qual Mônica era peça central — vivia forte rejeição, a ponto de o próprio grupo orientar que ela não aparecesse na linha de frente da campanha.
Se existe um fato incontestável nessa história é este: 👉 Em 2012, quem estava fortalecido era o MDB, não a Boa Sorte.
Insistir na narrativa de que Juca só chegou lá por causa da Boa Sorte é ignorar contexto, fatos e a realidade política da época. É tentar reescrever a história — mas sem combinar com quem viveu ela de verdade.
Cenário pré-eleitoral das eleições de 2026 para presidente
A estratégia do “trocar o CEO”: por que Tarcísio aposta na metáfora empresarial para falar do Brasil
A recente declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmando que o Brasil “volta a funcionar” se “trocar o CEO”, expõe muito mais do que uma crítica indireta ao presidente Lula. Ela revela uma estratégia discursiva que o governador tem reforçado desde que assumiu o cargo: apresentar o país como uma grande empresa que precisa de gestão profissional, eficiência e previsibilidade.
Ao dizer que é preciso “demitir o CEO”, Tarcísio se apoia numa linguagem que dialoga com o setor produtivo, com investidores e com parte do eleitorado que valoriza resultados gerenciais mais do que debates ideológicos. A metáfora não é casual. Ela cria contraste entre dois modelos: o que ele associa à atual gestão, baseada em política tradicional, e o que ele defende, orientado por métricas, tecnologia e capacidade de execução.
Esse discurso aparece de forma ainda mais clara quando o governador afirma que o Brasil tem uma “capacidade brutal de reduzir custos, liberar processos e melhorar serviços” com o uso da inteligência artificial — desde que exista “política pública adequada”. Aqui, Tarcísio insinua que o obstáculo principal não é tecnológico, financeiro ou estrutural, mas sim de direcionamento político, reforçando sua ideia de que o “problema está na liderança”.
Ao repetir que “o mundo precisa de um parceiro confiável”, ele também mira o cenário internacional, sugerindo que credibilidade e consistência são elementos essenciais para atrair investimentos. A crítica fica implícita: na visão dele, o governo federal não oferece essa previsibilidade.
A reação de figuras do PT, como Lindbergh Farias, mostra que a metáfora empresarial divide opiniões. Para opositores, ela simplifica a complexidade do país. Para Tarcísio, no entanto, esse enquadramento é justamente seu diferencial — uma forma de posicionar-se como gestor técnico em um ambiente marcado por disputas políticas intensas.
Mesmo afirmando que buscará a reeleição em São Paulo, o governador continua sendo visto por aliados como um dos nomes mais fortes para 2026. E declarações como essa reforçam seu alinhamento com um discurso que agrada tanto o mercado quanto setores que pedem eficiência do Estado.
E semana que vem tem mais!
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