Construção civil já solicitou formalmente ao governo a abertura do mercado internacional para compra do insumo do aço, com redução de 12,1%, na alíquota de importação.
A alta expressiva dos insumos afeta crescimento econômico da indústria e a conta é endereçada ao consumidor. Somente em relação ao aço, o aumento nos últimos doze meses, até maio, é de 72,6%. O mundo vive um momento de valorização das commodities, mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Velloso, avalia que a importação, mesmo tarifada, começa a ser viável. “O aumento de preço aqui no Brasil vinha acompanhando o aumento no exterior. No entanto, a partir de fevereiro e março de 2021, embora a questão do desabastecimento tenha melhorado, o preço descolou do preço mundial. Ou seja, eu trago um aço lá de fora e coloco aqui, pagando frete, pagando impostos, pagando tudo, fica mais barato que o aço que compro aqui.”
O setor automobilístico é também um dos principais compradores de aço. O presidente da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos, Luiz Carlos Moraes, reforça a preocupação com o fornecedores, que não possuem uma capacidade de negociação semelhante a das montadoras e abala o setor automotivo. “Isso continua sendo o desafio que está impactando o nosso custo na veia. Aço é aumento na veia e isso, de alguma forma, em algum momento, vai ser repassado para o consumidor”, pontua Luiz Carlos.
Outro setor fortemente atingido, a construção civil já solicitou formalmente ao governo a abertura do mercado internacional ao aço, com redução de 12,1%, na alíquota de importação. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta alta de 38,66% nos custos no segmento nos últimos 12 meses, o maior em 28 anos. A disparada do aço está relacionada à retomada econômica da China e os Estados Unidos, com pacotes trilionários em infraestrutura. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção avalia que o aumento de custo pode desincentivar projetos voltados às rendas mais baixas.
(com informações da Jovem Pan)